Qual vale mais: ter formação, mas não ter experiência; ter experiência e não ter formação?
Em tempos de crise e com muitas pessoas desempregadas, é importante pensar e rever os conceitos de “Ter formação, mas não ter experiência; ter experiência e não ter formação: qual vale mais”?
Cada vez mais, o profissional da área Recursos Humanos tem que estar preparado para apresentar aos gestores da empresa a possibilidade de se atuar em prol de uma sociedade com menos exigências e mais consciência para contratação, focando não apenas nas competências técnicas, mas principalmente nas competências comportamentais e de caráter. Competência técnica é algo passível de se adquirir com treinamentos e capacitações.
Muitas PcDs que não possuem formação não a tem porque precisam dos recursos para sobreviver. Por outro lado, mesmo em épocas de crise, a maioria das empresas não abre espaço às pessoas que querem adquirir experiência enquanto desenvolvem um trabalho.
Por que não pensar em contratações de pessoas sem experiência que possam ser capacitadas pelas empresas ao longo do tempo, com um acompanhamento de gestor e Recursos Humanos capacitados?
O empresário que custear esse desenvolvimento verá que não foi dinheiro jogado fora mas, sim, dinheiro muito bem aplicado, um investimento no capital humano que muitas empresas pregam ser seu maior ativo. Nesse sentido, vale lembrar que pequenos atos podem produzir grandes mudanças se realizados por todos os cidadãos.
Um bom exemplo: imagine um profissional PcD trabalhando em uma filial de uma empresa, sem formação na área de Recursos Humanos, mas que auxilia o Rh da sede com demandas tais como atualização de CTPS, processos de admissão, demissão, recrutamento e seleção, dentre outros. Mesmo esse profissional PcD não tendo formação em Rh, estará ele apto ou não a trabalhar no departamento de Rh? Ajude-o a obter formação na área em que ele já possui experiências ou dê oportunidade para a formação dele sem essas experiências.
Outro exemplo clássico é vermos vagas assim: “busco recém-formados em X (a vaga específica) com 3 anos de experiência”. Aí vem a pergunta: como um “recém-formado” terá 3 anos de experiência? Porque não contratar os recém-formados mesmo inexperientes e ir construindo/adquirindo sua experiência na própria empresa que o contratou? Ou ainda, as empresas que aceitam pessoas em final de curso para fazer estágio, ao terminar o mesmo não contratam essa pessoa para o próprio cargo em que está estagiando? Afinal, esse estágio já serve de experiência para os formandos.
Ainda encontram-se muitas situações de encerramento de contratos quando os estágios terminam, e a empresa sai em busca de novas PcDs estagiárias para aquele cargo. Porque não já aproveitar aquela PcD que estava em experiência e contratá-la como efetiva, caso a empresa perceba que ela foi e será capaz de dar continuidade no seu serviço?
Portanto, não desperdicem um profissional PcD apenas por não ter formação ou experiência. Ofereçam o incentivo e apoio necessário que está faltando a ele para encarar uma graduação. Ou então deem a chance ao profissional PcD pós-graduado mostrar que é capaz.
O real motivo das PcDs não terem suas graduações é simples: várias PcDs não tiveram condições de frequentar cursos regulares (tanto por causa de falta de acessibilidade quanto pela questão financeira). Com isso, tornaram-se autodidatas. Assim, o recrutador deve providenciar a aplicação de testes práticos e de aptidão, a fim de comprovar o conhecimento sobre determinado tema.
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Ana Bracarense PCD
01/04/2016