
Não Foi o Fim, Foi o Recomeço

Quando eu escrevi o texto: "Acordei PcD, e agora", eu recebi algumas ligações, alguns e-mail's, algumas mensagens no WhatsApp relatando sobre também "se tornarem PcDs" e agora eu resolvi relatar, para vocês que não são PcDs refletirem um pouco e quem sabe, terem mais empatia, mais amor ao próximo. Boa leitura. Eu era criança, sonhava em ser atleta. Corria pelos quintais, pulava muros, vivia com os joelhos ralados e o coração cheio de planos. A adolescência veio e, com ela, novos sonhos: viajar, estudar fora, conquistar o mundo. Nunca imaginei que, entre um momento e outro, tudo mudaria. Uma doença inesperada (ou acidente, dependendo do caso) tirou de mim aquilo que eu mais valorizava: a liberdade de ir e vir com o próprio corpo. Os primeiros dias foram os piores. O choque, a negação, a raiva. Me perguntava constantemente: "Por que eu?". O espelho se tornou um inimigo, e o silêncio, um lugar seguro para esconder a dor. As pessoas ao redor, embora bem-intencionadas, não sabiam o que dizer. Algumas se afastaram. Outras tentavam me tratar como se eu fosse feito de vidro. E eu, sinceramente, também não sabia mais quem eu era. Mas não foi só comigo. Conheci também histórias de pessoas que se tornaram PCDs ainda na infância, como a de uma menina que sofreu um acidente de carro aos cinco anos e perdeu os movimentos das pernas. Cresceu enfrentando olhares curiosos no parquinho, dificuldades na escola por falta de inclusão, e muitas vezes foi subestimada por profissionais da educação. Ainda assim, com o apoio da família e uma força admirável, ela cresceu determinada a provar que sua cadeira de rodas não a impedia de alcançar seus sonhos. Formou-se em direito, hoje é uma advogada respeitada e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência. Seu exemplo me mostrou que, independentemente da idade em que a vida muda, é possível sim, reescrever a própria história com coragem e dignidade. Também conheci um jovem que perdeu a visão na adolescência por causa de uma doença degenerativa. No começo, ele achou que nunca mais poderia estudar, trabalhar ou se locomover sozinho. Mas aprendeu a usar tecnologias assistivas, concluiu o ensino médio com louvor e hoje dá palestras sobre inclusão e acessibilidade em escolas públicas. Ele me ensinou que enxergar vai muito além dos olhos. Outro exemplo que me marcou foi de uma mulher que nasceu com paralisia cerebral e enfrentou todo tipo de preconceito desde cedo. Mesmo com limitações motoras e dificuldades na fala, ela se formou em pedagogia e hoje trabalha como educadora em uma escola inclusiva. Sua presença ali transforma o modo como crianças e adultos veem a diversidade. Ela é a prova viva de que ninguém deve ser definido apenas por uma limitação física. A sociedade é cruel com quem foge do padrão. As calçadas não são feitas para todos, os olhares são cheios de pena e a acessibilidade ainda é um desafio em quase todos os lugares. Mas o maior obstáculo estava dentro de mim. Eu precisava reaprender a me amar, a me ver inteira mesmo com as partes que me faltavam — ou que haviam mudado para sempre. Foi um processo longo, doloroso, mas também libertador. Descobri novas formas de viver, novos talentos, novas paixões. Conheci pessoas incríveis, me envolvi em projetos que deram sentido à minha dor. Voltei a estudar, encontrei uma nova profissão, descobri que minha voz poderia inspirar outros a não desistirem. Hoje, talvez eu não corra mais como antes, mas aprendi a voar de outras formas. Com o tempo, percebi que ser forte não é sobre nunca cair, mas sobre continuar, mesmo com dor. Que não precisamos nos encaixar no ideal de "normalidade" que a sociedade impõe. Ser PcD me ensinou a olhar o mundo com mais gentileza — não só para mim, mas para todos que enfrentam batalhas invisíveis. Aprendi também que empatia vai muito além de palavras bonitas. Ela está em ações concretas: rampas, inclusão, escuta ativa, respeito. Ser incluído não é privilégio, é um direito. E perceber isso me fez querer lutar não só por mim, mas por todos nós. Às vezes, o que mais machuca não é a deficiência em si, mas a exclusão — e é contra isso que devemos erguer nossas vozes. Ser PcD não me diminuiu. Me reinventou. A deficiência não me tirou a capacidade de ser feliz, produtiva, amada. Pelo contrário: ela me fez mais forte, mais empática, mais viva. Não romantizo a dor, mas reconheço a força que ela revelou em mim. E se alguém, hoje, me perguntar se eu daria tudo para voltar ao que era antes, talvez minha resposta seja: "não". Porque foi nesse recomeço que eu finalmente me encontrei. > "Eles tentaram nos enterrar. Mal sabiam que éramos sementes."– Provérbio mexicano
Como Ajudar uma Pessoa com Deficiência (PcD)?
Uma Reflexão Necessária

Você já parou para pensar em como pode ajudar alguém hoje? Em um mundo onde todos estamos correndo contra o tempo, muitas vezes deixamos passar pequenas oportunidades de fazer a diferença na vida de outra pessoa. Mas e se esse “alguém” for uma pessoa com deficiência (PcD)? Você saberia como agir? Como oferecer ajuda sem ofender? E mais importante ainda: saberia aceitar um “não, obrigada”?Oferecer ajuda é um gesto bonito — mas o respeito vem primeiroAjudar alguém é, sem dúvida, uma atitude nobre. No entanto, quando falamos sobre pessoas com deficiência, precisamos olhar para além da intenção. Muitas vezes, por falta de informação ou por impulso, acabamos oferecendo ajuda de forma inadequada ou até mesmo desnecessária.É fundamental entender que uma PcD não está em constante necessidade de ajuda. Muitas pessoas com deficiência são plenamente independentes, sabem o que estão fazendo e têm suas próprias rotinas bem estabelecidas. Oferecer ajuda é válido — mas impor ajuda, não.Por isso, o primeiro passo é sempre perguntar: “Você gostaria de ajuda?” ou “Posso ajudar com alguma coisa?”. Essas perguntas simples demonstram respeito, empatia e consideração pela autonomia da pessoa. E se a resposta for “não, obrigada”, está tudo bem.Saber aceitar o “não” é tão importante quanto saber oferecer o “sim”Muitas vezes, quem oferece ajuda com boa intenção pode se sentir desconfortável ou até mesmo rejeitado quando a pessoa recusa. Mas é importante lembrar: aceitar o “não” é respeitar a autonomia e a dignidade daquela pessoa.Ao ouvir: “Não, obrigada. Eu consigo fazer isso sozinha(o)”, sua resposta não deve ser insistência nem surpresa. O mais apropriado é sorrir, respeitar e seguir em frente. Isso mostra que você enxerga aquela pessoa como um indivíduo capaz, e não apenas como alguém que precisa ser “salvo”.Como agir de forma correta? Dicas práticas para o dia a diaSe você deseja realmente contribuir para um mundo mais inclusivo e respeitoso, aqui vão algumas orientações práticas:Não presuma incapacidade. Nem toda deficiência é visível, e nem toda deficiência implica total dependência. Pergunte antes de agir.Fale diretamente com a pessoa. Se estiver acompanhada, evite falar apenas com o acompanhante ou intérprete. Dirija-se à PcD com naturalidade e respeito.Respeite o espaço e os objetos da pessoa. Cadeiras de rodas, bengalas, próteses, andadores — todos esses são extensões do corpo da pessoa. Não encoste, não mova, não utilize sem permissão.Evite infantilizar. PcDs são adultos, adolescentes, crianças como qualquer outra pessoa. Trate com a mesma linguagem e tom de voz que você usaria com qualquer outra pessoa.A linguagem importa. Evite termos capacitistas ou ofensivos. Diga “pessoa com deficiência” e não “deficiente”, “portador”, ou expressões pejorativas.Esteja aberto a aprender. Cada PcD tem suas próprias preferências, formas de se comunicar e necessidades. O melhor caminho é sempre ouvir, observar e aprender com respeito.A empatia real se constrói no cotidianoA verdadeira empatia vai além do ato de ajudar. Ela está em reconhecer a individualidade do outro, em tratar com igualdade e em não transformar a deficiência em uma barreira para o convívio. PcDs não precisam ser tratados com pena, mas com equidade.Por exemplo, em um ambiente de trabalho, não basta apenas contratar uma pessoa com deficiência. É preciso garantir acessibilidade, promover inclusão verdadeira e dar espaço para que ela se desenvolva profissionalmente como qualquer outro colaborador.Na escola, é preciso adaptar o conteúdo, capacitar professores e criar um ambiente acolhedor, onde a diversidade seja reconhecida como valor e não como obstáculo.No transporte, nas ruas, nas redes sociais — a inclusão precisa estar presente em todos os espaços.O papel de cada um na construção de um mundo mais inclusivoA responsabilidade por um mundo mais acessível não é só do governo, das empresas ou das instituições. Cada pessoa tem um papel nessa mudança. Começa em atitudes simples: não ocupar vagas reservadas, dar lugar no transporte, respeitar as faixas de pedestre, oferecer ajuda de forma correta — e, claro, saber ouvir e respeitar quando essa ajuda não for necessária.Então, eu te convido a refletir: Você já pensou em como ajudar alguém hoje? E se esse alguém for uma PcD? Você sabe como ajudar, como agir, como ser? E, principalmente: você saberia aceitar um “não, obrigada”?Se sua resposta for sim, continue sendo um agente da empatia e da inclusão. Se for não, tudo bem. O mais importante é estar aberto para aprender, evoluir e fazer diferente a partir de agora.Porque um mundo verdadeiramente inclusivo começa com respeito. E o respeito começa em cada um de nós.
Livro: Superando os Obstáculos da Vida Vol 1

Você já se sentiu paralisado diante de um desafio? Já pensou em desistir diante de uma dificuldade?
"Superando os Obstáculos da Vida – Volume 1" é um convite à reflexão, ao crescimento e, principalmente, à superação.
Neste livro, compartilho experiências, aprendizados e mensagens inspiradoras para quem busca forças em meio às tempestades da vida. Cada página é uma oportunidade de reencontro com sua própria coragem, fé e resiliência.
Se você está pronto para transformar dores em força e recomeçar com propósito, este livro é para você.
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Contratar não é suficiente: sua empresa está pronta para incluir PcDs?
Cumprir a Lei de Cotas é uma responsabilidade legal, mas muitas empresas ainda enxergam a contratação de pessoas com deficiência (PcDs) apenas como uma obrigação. Isso cria ambientes em que esses profissionais são contratados apenas para "cumprir tabela", sem qualquer preparação real para recebê-los de forma digna.
Antes de contratar, é essencial refletir: sua empresa está verdadeiramente preparada para promover a inclusão?
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Os espaços físicos são acessíveis a todos os tipos de deficiência?
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Banheiros, corredores, salas de reunião e de trabalho foram adaptados?
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A equipe está preparada para colaborar com respeito e empatia?
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A cultura da empresa promove acolhimento ou reforça exclusões sutis?
Incluir vai muito além do cumprimento da lei. É uma decisão consciente de transformar o ambiente de trabalho em um espaço acessível, justo e humano para todos. Mais do que contratar, é preciso acolher, ouvir, adaptar e respeitar.
Seja uma empresa que vai além da obrigação. Seja uma empresa que promove a verdadeira inclusão.